Braço do abraço
envolto no corpo
dengoso com o
sopro no pescoço
assopro do hálito
amoroso saboroso
agarro este moço
no amasso poderoso
fogoso gozo muito
gostoso.........
Rosa Rios de Lucas.
Uma dose
um gole
no esôfago
a queimar
doce suave
danada cachaça
de cana caiana um
minuto de seu nome
me embriago ....
Rosa Rios De lucas.
Dorso pardo
fonte de alimentação
sendo protegida
com fiscalização
na escuridão da noite
esta ave do sertão.
Arribaçã pomba
pequenina voando
por toda extensão
dentro do meu coração.
Arribaçã com o
bico procura sua
maçã .
Riba, ribaçãozinho
dengoso gostoso
em seu ninho
aninha nos braços
envoltos em seu
corpo de menino
os afogos de amor.
Rosa Rios de lucas.
Dia esse morto vai
outro vem.........
vivo padeço
dia a dia corrijo
em pranto passado
conforta senzala
fugitivo escravo
em agonia choras e
se aprimora renascendo
junto a aurora o pranto
que devora outrora
neste mundo medonho
o sonho se desfaz
ficando nada mais
nas trevas condenado
desgosto o frio da alma
melancólica memoria
indo embora por ai afora
esperando sonhada hora
chegada de minha gloria.
Detenho nos túmulos essa
história na vida transitória
desenganos de dor lamento
engano reclamo com a morte
desta agonia o fim com
ampulheta degolo algoz
covarde tirano que lhe
arranco o coração com
minhas próprias mãos.
Rosa Rios de Lucas.
ampulheta do tempo
vai se esvaindo em
grãos de mão em mão
se desfazendo na multidão
o crime perfeito sem
espera do perdão no
arrancar do coração.